Novos planos estavam sendo feitos, mas esses eram diferentes de todos os outros, já rasgados, queimados ou esquecidos em alguma gaveta. Eram planos só com ela e alguns poucos com ela e uma “pessoa X”, um jeito sutil que ela encontrou de não depositar as expectativas em cima de algum outro nome, suposto amor. Talvez pra não se decepcionar de novo ou talvez só porque nenhum cara mereça estar entre os planos dela e essa segunda opção soava bem mais agradável quando ela parava pra pensar a respeito. Era isso, ela tinha entrado numa fase egoísta, de voltar todas as atenções pra si mesma, a ponto de não sobrar tempo pra mais nada e mais ninguém. E foi a coisa mais saudável que lhe aconteceu em muito tempo. Todo o amor do mundo à ela mesma e todas as cobranças que ela faz ,tão bem, também. E não é pesado, muito pelo contrário, é leve demais, porque ela se entende, se aceita e se acolhe. Tem ciência dos seus defeitos, mas é apaixonada pelas suas qualidades e deve ser por isso que anda se gostando tanto. A única coisa que dói é o sapato, de vez em quando. E sentir essa dor é mais um alívio do que um incômodo, já que ela havia sentido dores piores em lugares inimagináveis de uns tempos pra cá. E de uns tempos pra lá também. Agora ela anda toda-toda, rindo sozinha e sem tempo pra toda essa gente que sempre a prendeu no chão e no passado, porque tem pressa de viver, de crescer, pressa de ser e esperar já não é mais uma opção. O tempo voa e ela quer voar também!
Marcella Fernanda
Nenhum comentário:
Postar um comentário