Ouvi essa semana de um amante de esportes radicais - “apaixonar-se só não é tão bom quanto voar” - e essa frase impregnou meus pensamentos. Percebi que talvez eu não tenha me apaixonado da forma comumente “idealizada”, daquele jeito passional, possessivo, ilusório, vendido como uma necessidade. Usar um pouco de sensatez na paixão virou crime, sob acusação de insensibilidade, boicote, inautenticidade. Mas para aqueles que agem em nome dela, vale tudo... Estão absolvidos!
Realmente é difícil voar com os pés no chão, como ressalta Clarice Lispector; mas quero pelo menos um pára-quedas, por favor! Certo contato com a realidade não faz da minha paixão menos intensa ou verdadeira; apenas não esqueço de mim na relação com o outro, e nem do outro enquanto se relaciona comigo; nesse caso, um e um são três: a minha identidade, a dele e a nossa, sem excluir componentes.
Sim, eu me permito e me arrisco, não sou pega pelo comodismo ou alienação e, claro, também tenho alguns problemas com o vôo, não estamos livres disso; mas é possível amortecer a queda. Os apreciadores de esportes radicais usam vários recursos de segurança antes de lançar-se ao céu - cinto de vôo, um pára-quedas de emergência, um capacete e dois mosquetões - acho conveniente! Algumas paixões me renderam lindos e significativos passeios ao ar livre, vivenciei intensamente...Fiz boas aterrissagens.. Umas um pouco forçadas, que ralaram um pouco, deixaram algumas cicatrizes. Mas nada que me fizessem desistir. Ainda quero mais!!
Ter consciência das possibilidades e limites ajuda a transpô-los. E cá entre nós... Ninguém sensato dispensa um bom capacete ou o cinto de segurança, não é? E isso não torna a viagem menos emocionante!! Uma boa dose de cuidado, cautela com os sentimentos, respeito ao nosso espaço e ao espaço do outro não torna a paixão menos instigante!
Quanto a voar de asa-delta ou paraglider? Deixo para os esportistas...
Tudo bem.. Tudo bem.. Réu confesso: Tenho medo de altura!!
(SASM)
Aiiii: meduuuu de altura!
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