A última palavra era dela. E toda a felicidade do mundo se fez. Os olhos se encheram de lume, capazes de espantar qualquer solidão. Porque ela tinha muito amor no peito e um punhado de esperança em cápsulas, para serem tomadas em doses exageradas, quando o estado da doença do desalento fosse terminal. Confiava no Senhor-Deus-Tempo, o remediador das feridas mais fundas. Abria a janela pra que a luz do sol entrasse e levasse embora os dias e mais dias de angústia. Ouvia Chico, Caetano, Bethânia e sorria. Achava graça nas coisas mais simples da vida. Andava de mãos dadas, corria na chuva, plantava girassol e olhava pro céu cheio de estrelas. Agradecia a Deus por estar ali e ser ela mesma.
(Cris Carvalho)
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