sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tão simplório, tão livre, tão seu...

 
 
Ela olhava o mundo da sua janela. Grandes muros protegendo pessoas, guardando coisas, emoldurando títulos. Gente importante com medo de tudo. Doenças da alma e do corpo bagunçando aquele mundo de ouro.

Sorriu diante da própria insanidade. Colecionadora de miniaturas sem armários, sem trancas,  sem cercas. Era tudo espalhado pela casa, pelo gramado. Emoções penduradas em cortinas, flores, sorrisos, abraços, decoravam a casa. Tudo tão simplório e ao mesmo tempo tão sólido, tão livre e tão seu. A terra, as flores, o cheiro de café, tudo parte dela, pedaço do que era. Plena, repleta. 


Renata Fagundes

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