Não se pode apostar no futuro, principalmente em relação às pessoas, simplesmente porque o tempo traz com ele muitas coisas, e também leva muitas outras embora. Talvez aquela coisa que você mais amava em alguém se desfaça com o passar dos anos, e talvez esses mesmos anos tragam a essa pessoa características que já não são mais tão interessantes assim pra você.
Uma coisa é fato, o tempo muda tudo de lugar. Claro que às vezes ele acerta as coisas pra melhor, e eu não estou dizendo que essas histórias maravilhosas de pessoas que se amam, se perdem, se encontram depois de anos e conseguem fazer aquele amor acontecer são impossíveis. Eu tenho um exemplo vivo disso dentro de casa. Minha mãe e meu padrasto se apaixonaram na juventude, mas não funcionou naquela época, então ele acabou se casando com outra pessoa e minha mãe se casou com meu pai. Mas trinta anos (sim TRINTA ANOS) se passaram, e depois de divorciados eles se encontraram no facebook. Hoje em dia os dois estão ai, namorando, apaixonados e felizes. É lindo, eu sei, mas a história deles é uma em um milhão, e eu sou realista o suficiente pra saber e entender que não é o meu caso, pelo menos não dessa vez.
Os anos que se passaram depois que terminamos levaram embora coisas dele que eu admirava e trouxeram coisas que definitivamente não são pra mim. Assim como, muito provavelmente, esses mesmos anos fizeram o mesmo comigo. Aquelas pessoas que um dia foram tão compatíveis que chegavam a ser paradas por estranhos na rua para dizerem o quanto eles formavam um casal lindo, hoje em dia vivem em galáxias completamente diferentes. Porque pra mim não funciona isso de colocar amores, pessoas e situações no standby, esperando o momento certo ou a maturidade chegar. A vida (feliz ou infelizmente) não é um filme do Richard Linklater ou um livro da Jane Austen. Os relacionamentos estão mais para uma comida na geladeira, que depois de certo tempo começa a se transformar, se deteriorar, até não sobrar nada do que era no começo. Cada um de nós é um como um dado e para dois caírem em um mesmo número, no mesmo momento, mais de uma vez, é preciso de muito mais do que sorte. E eu sabia que esse não era o caso.
THAIS DUARTE
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