domingo, 17 de junho de 2012

Há de existir…

 

blog13-2_large

 

Que em mim exista sempre uma sobra de esperança, para quando assim, equivocada no amor, eu saiba do recomeço. E sinta vagarosamente as minhas pétalas – novas – abrindo-se para o dia, como um amanhecer tranquilo. Como um girassol à procura do que lhe faz viver.
Que exista em mim uma reserva de paz, para quando o barulho do medo for ensurdecedor, para quando a dor for furacão a entorpecer-me de estranhezas, eu possa fechar os olhos e permitir esta paz guardada, silenciar-me. Como a chuva silencia o fogo, como a noite silencia o dia.
Que em mim, exista um pote enorme de sabedoria, onde quando eu não puder compreender o outro que me machuca, este pote se abra como uma borboleta a sair de um casulo, trazendo-me o auto-consolo fruto do amor-próprio, deixando sorrisos sutis de entendimento.
Que em mim existam outras, muito mais complacentes do que eu consigo ser, muito menos ofegantes, menos dolorosas, menos condescendentes. E que estas outras me sejam quando eu perder o foco, quando meu rumo for em direção a um imenso vazio de ilusão.
Que me sejam quando eu não souber ser leve ou límpida. Quando eu não souber ser caminho capaz de transceder a dúvida que trava-me o riso e a coerência.

Camila Heloíse

Nenhum comentário:

Postar um comentário