E se esse amor chegar inesperadamente, inusitado?
E se chegar, repentino e indiscreto, como uma enxurrada, como um terremoto: sacudindo as estruturas, sem dar tempo para reações ou protestos?
E se, mesmo ansiosos por sua chegada, ele nos deixar sem ação? Se ele nos desarmar com a primeira lufada de sua presença em nosso peito?
Se esse amor for azul, ou rosa, ou verde? E se ele for jovem demais? Ou velho demais? Se ele for iletrado... se for poeta... e se for punk?
E se, por acaso, ele nos vier dizer verdades que não queremos ouvir? E se ele nos disser mentiras que nos satisfaçam? E se ele nos trouxer culpas? Se nos tranquilizar e nos acomodar?
Se esse amor vier virtual, ou em sonhos, ou em uma estação: já de partida a olhar pela janela pra nunca mais voltar? E se não for pra nunca mais?
E se esse amor não chegar assim tão repentino? E se já tiver chegado, discreto e, igualmente, inusitado? E se, taciturno, já nos tiver olhado nos olhos e nos dito verdades ou mentiras ou poemas ou bobagens? Se, laconicamente silencioso, ele já nos tiver desarmado?
E se esse amor já for real?
(do blog Poesia Adolescente)
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